quarta-feira, 23 de maio de 2012

Semana da alimentação

Na semana da alimentação escolar, a educação infantil, com a professora Eliane, entra de no mundo doce e colorido das frutas.
Através de uma atividade muito rica e interessante, as crianças tem a oportunidade de tocar, sentir e cheirar as frutas com os olhos vendados para tentar descobrir qual é fruta que se encontra em suas mãos. Além de estar abordando sobre o tema alimentação com as crianças de uma forma bastante lúdica, a professora Eliane, está proporcionando à elas uma atividade capaz de desenvolver a percepção através dos diversos sentidos do seu corpo.
Sendo a educação infantil um lugar para a experimentação, ludicidade e descobertas, é possível afirmar que esta professora está indo muito além de uma simples brincadeira no pátio da escola, ela está contribuindo de maneira muito significativa para formação escolar dessas crianças, pois segundo Lev Vygotsky:

"O saber que não vem da experiência não é realmente saber."

E aguardem as novidade, pois amanhã tem salada de frutas... Hum... que delícia!

Receita de bolinho de espinafre


E a história do espinafre não parou na divertida paródia citada na postagem anterior.
Após conhecer o espinafre, suas vitaminas e benefícios para a saúde, percebi que não podíamos parar por ai quando surgiu a seguinte questão:
_ Qual é o gosto do espinafre? É ruim ou bom?
Foi então que surgiu a ideia de realizar com a turma uma receita diferente de bolinho de espinafre:

Bolinho de Espinafre Assado
Ingredientes
1 xícara (chá) de espinafre cozido e picado
2 claras
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de parmesão => ralado grosso fica melhor
sal a gosto

Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes e, com a ajuda de uma colher, forme 6 bolinhos achatados e vá colocando-os numa assadeira levemente untada com margarina light. Forno médio pré-aquecido, asse até dourar.


Antes de realizar a receita, fizemos um levantamento dos ingredientes necessários, construímos uma lista de compras e fomos ao mercado.
No mercado todos ajudaram a comparar preços e conferir a validade dos produtos. Colocamos tudo na cesta e fomos até o caixa, vimos que o dinheiro que tínhamos daria para pagar os produtos e ainda nos restaria troco.
Voltamos para escola e guardamos os ingredientes para a receita que seria realizada no outro dia, e fomos aos cálculos. Assim fluiu uma aula de matemática super descontraída, sem repetição e/ou memorização massante, pois todos queriam realizar o cálculo do dinheiro que gastamos, todos perceberam qual foi o produto mais caro e o mais barato, e descobrimos até quanto nos sobrou de troco para uma próxima receita.
A chave da pedagogia de Dewey consistia em proporcionar às crianças "experiências de primeira mão" sobre situações problemáticas. E através dessa aula foi possível perceber que, a aprendizagem se dá muito melhor através de situações concretas do que da mera reprodução insignificante.


No outro dia, ao chegarmos na escola já começamos os trabalhos. Primeiramente, lavando o espinafre de forma adequada com o auxílio das funcionárias da cozinha. Depois mãos na massa.
A realização da receita teve a participação de todas as crianças, adicionando os ingredientes, triplicando a receita, calculando, misturando a massa num misto de brincadeira com aprendizagem.


Levamos para assar, e acreditem, ficou uma delícia o bolinho de espinafre. Foi um sucesso!
A prova disso foi o relato das mães no portão da escola dizendo que tiveram que fazer o bolinho em casa a pedido dos filhos e filhas.
Vale ressaltar que, a interdisciplinaridade está no mundo, viva na fala das nossas crianças, nas brincadeiras que elas realizam e em tudo que fazemos. E a escola torna-se tão desinteressante quando fragmenta tornando tudo tão sem sentido.
Uma simples receita traz tantos conteúdos de  língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências que fazem parte do cotidiano dos educandos. Então por que apostilar tudo? Por que tornar a escola tão alheia a vida?
Fica a reflexão!




terça-feira, 15 de maio de 2012

Qual a relação entre Michel Teló, alfabetização e espinafre?



Aposto que você respondeu: não faço a mínima ideia. Explicarei como tudo aconteceu...
Primeiramente gostaria de citar que, é inevitável negar que a música, "ai se eu te pego" não sai da boca de nossas crianças. Qual professor nunca teve sua aula interrompida por causa da famosa coreografia apresentada pelo tão comentado artista Michel Teló? O que fazer perante uma situação dessas? Mandar que as crianças parem e copiem o seu dever?(seria retornar ao tão antigo e ineficiente autoritarismo vertical). Proibir a música em sala de aula?(seria ignorar a bagagem que a criança traz de casa para a escola, não tenho esse direito). Mostrar o que é música de verdade, levando a eles Chico Buarque, Tom Jobim, Toquinho e Vinícius de Moraes? Bom, esta última opção seria a mais recomendada pelos grandes profissionais da educação, porém, levar a música popular brasileira para sala de aula através de nossos grandes compositores, como os que acabei de citar, já faz parte da minha prática com objetivo de valorizar a cultura e oportunizar o acesso das crianças àquilo que não se trata do senso comum, musicalmente falando. Por outro lado, as crianças continuam ouvindo todo o modismo musical da grande mídia alienadora e é importante que não ignoremos isso, pois a partir do momento que ignorarmos, deixaremos de conhecer e se não conhecemos será mais difícil transformar.
Pensando nisso, transformei! Transformei a música "ai se eu te pego" em uma divertida paródia sobre o espinafre para dinamizar nosso projeto pedagógico sobre alimentação. Veja como ficou:

Eu como espinafre
(paródia)

Planta rica em fibras,
Que reduz o mau colesterol
É uma fonte de clorofila
Tem muito ferro
E combate a anemia

Nossa, nossa, 
Eu como espinafre
Ai eu sou forte
Ai, ai eu sou forte!
Delícia, delícia
Eu como espinafre
Ai eu sou forte
Ai, ai eu sou forte!

A paródia foi um sucesso, as crianças adoraram, cantaram e até fizeram uma nova coreografia mais condizente.
Espero que tenha ficado bem claro a relação que há entre, Michel Teló, alfabetização e espinafre. Isso nada mais é que, valorizar o que as crianças nos apresentam, adaptar aos nossos objetivos pedagógicos e contextualizar com a realidade.

Um grande abraço!




Conhecendo o espinafre


E a música, A Sopa, fez surgir muitas perguntas sobre os alimentos citados, porém o campeão de perguntas foi o tão conhecido e desconhecido, espinafre.
"_ O que é espinafre?
_ Tia não é que o espinafre faz ficar forte igual ao Popeye?
_ Onde vende latinha de espinafre?
_ Quem come espinafre fica com o músculo grandão, não é tia?"

Dentre essas, muitas outras perguntas curiosas foram surgindo, então por que não uma aula só para conhecermos o espinafre? E deu super certo, pegamos, cheiramos, contamos e medimos as folhas, lemos sobre seus benefícios, desmistificamos algumas informações pré-concebidas e descobrimos muitas coisas legais.
Trabalhar partindo da curiosidade proposta por eles é uma delícia, sinto renovada a esperança pedagógica dentro de mim.
E não parou por aí... Veja as próximas postagens que vocês se surpreenderam com a riqueza de aulas que o espinafre nos proporcionou.