terça-feira, 16 de julho de 2013

Contextualizando fatos na alfabetização.


No Centro de Educação em Horário Integral Benedito dos Santos Barbosa, escola municipal de Angra dos Reis, a professora do 5º ano, Ana Paula Cardial, utiliza a "onda" de protesto que se propagou por todo o Brasil para trabalhar de forma interdisciplinar. Reconhecendo que a sala de aula não é um lugar onde devemos vedar a realidade, a professora foi capaz de receber os comentários levados pelos alunos à sala de aula, transformando-os em debates e integrando-os nas diferentes disciplinas. Ainda sim podemos afirmar que os conteúdos preestabelecidos foram abordados. Contextualizar fatos atuais nas disciplinas pedagógicas é ir além da grade curricular que muitas vezes nos aprisiona. Segue abaixo uma das avaliações impressas utilizadas pela professora Ana Paula
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vídeo: Diagnóstico na alfabetização inicial.


Este vídeo é muito interessante por mostrar uma atividade diagnóstica de alfabetização. Como podemos observar, esta atividade nos possibilita identificar as diferentes fases da escrita, pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e alfabética. As atividades diagnósticas no início do ano letivo são importantes em qualquer ano de escolaridade, mas eu diria que nos primeiros anos são fundamentais para direção do trabalho. 
A atividade apresentada no vídeo é bastante interessante e necessária, porém, durante minhas experiências pedagógicas cheguei a conclusão de que não seria ideal para a primeira semana de aula, dependendo da comunidade escolar. Como todos sabem, trabalho em uma escola da rede pública municipal de Angra dos Reis, onde recebemos algumas crianças no 1º ano do ensino fundamental que nunca frequentaram a educação infantil, e que além disso nunca tiveram contato com alguns recursos formais da escola, como caderno, lápis, borracha, etc. Pode parecer incompreensível que uma criança se assuste com simples fato de ter que pegar no lápis, mas é mais comum do que podemos imaginar. E em uma das minhas experiências, na primeira semana de aula, algumas crianças ficaram muito nervosas, era uma minoria, mas fiquei muito incomodada ao vê-las chorando e com as mãozinhas suadas. Coloquei-me no lugar delas, pois também não frequentei  a educação infantil,  e entendi a insegurança que elas sentiram naquele momento. E como o erro nos remete a reflexão, pensei em quantas atividades mais lúdicas como histórias, jogos, desenhos e brincadeiras poderiam acolher melhor estas crianças no primeiro contato com a escola e ao mesmo tempo diagnosticar suas diferentes habilidades inclusive na escrita. Volto a reafirma que não desconsidero atividade do vídeo, mas é importante conhecer a origem das nossas crianças antes de avaliar as suas competências. 
Essa foi a minha experiência aqui relatada. Caso alguém queira relatar sua experiência, negativa ou positiva, com esta atividade durante as avaliações diagnósticas, sinta-se a vontade, sua participação é muito importante para enriquecer nosso debate.

Um forte abraço.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Compreendeu o enunciado de maneira ADEQUADA.

Copiei esta imagem da página da minha querida amiga e pedagoga Eliane Lino. A verdadeira origem eu desconheço, mas resolvi compartilhar aqui no blog pela riqueza de reflexão que a situação pode nos trazer.
Como podemos ver, trata-se de um exercício típico dos métodos tradicionais de alfabetização. Sabemos que o objetivo do professor ou professora que aplicou a tarefa não foi atingido. As respostas esperadas seriam, GASTA, PASTA E POSTE. Tais respostas mostrariam que o aluno ou a aluna, em questão, já era capaz de compreender sílabas complexas para a fase de alfabetização, porém este não foi o caso. Quem respondeu ao exercício mostrou uma única resposta para as três frases, ADEQUADAS. Se me pedissem para analisar o problema, eu diria que este aluno ou aluna atingiu um dos principais objetivos que professores alfabetizadores desejam, interpretar o texto, ou interpretar o enunciado. E será que compreender um enunciado não estaria além de identificar sílabas, no sentindo do letramento?
Fica então esta reflexão. E por favor, evitemos tais exercícios avaliativos, todos sabemos o quão pobre são para analisar resultados.

Um grande abraço!



sábado, 2 de fevereiro de 2013

Volta às aulas.

O mês de janeiro acabou e com ele as férias escolares. O novo mês que chega traz consigo um turbilhão de expectativas vinda de todos aqueles que compõe a vida escolar, estudantes, responsáveis, professores, diretores e pedagogos.
Este ano, sob minha nova condição de mãe, não retornarei em fevereiro, então não desfrutarei de toda esta novidade de começo de ano letivo.
Aos responsáveis, desejo que nasça dentro de cada um, o instinto de participação na vida escolar de vossos filhos, que acompanhem cada passo, que olhem os cadernos, que vão às reuniões, que participem das decisões, pois nossos pequenos não são, sozinhos,  responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento.
Aos estudantes desejo muita dedicação, responsabilidade, curiosidade, descobertas, leituras, atividades, conversas, brincadeiras e consequentemente muita aprendizagem.
Aos diretores e pedagogos, desejo toda sabedoria do mundo unida de coerência, liderança, justiça e ética para administrar e orientar aquela que é umas das instituições mais difíceis de ser dirigida, a escola.
E aos meus companheiros professores, desejo que a distância da fonte não nos mate de sede. Que neste ano de 2013 possamos continuar lutando pela conquista daquilo que nos fortalece, melhores condições de trabalho, salários mais justos, qualificação e reconhecimento. Só a união e a luta nos levaram até a fonte.

Um ano letivo cheio de conquista para todos.
Professora Deyse Mara

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O COMPORTAMENTO NORTE-AMERICANO DAS ESCOLAS NO MÊS DE DEZEMBRO



O mês de dezembro chegou, e infelizmente vejo nas escolas a norte-americanização do período de natal. Papai Noel, pinheiros, flocos de neve, botas e gorros são figuras que ilustram o espaço escolar nesta reta final de ano letivo.
O que queremos? O que pretendemos? Qual o nosso objetivo em reproduzir em um espaço de formação educacional símbolos que não condizem com a nossa cultura?
Há alguns anos, não incluo o tema natal em minha prática pedagógica por um simples motivo, trata-se de uma festa religiosa, levando em consideração a laicidade do estado, não compete à escola comemorar esta data. Mas não aprofundando na questão da religião, gostaria apenas de pedir que os professores e professoras reflitam sobre as consequências em reforçar a cultura norte-americana em nossas escolas. Que tipo de esperança estamos pretendendo que nossas crianças tenham acreditando em um homem que distribui presentes para algumas crianças, vestindo roupas quentes, gorro e botas em um país tropical em pleno verão?
Caros colegas de profissão, não temos  motivo para querer aumentar o sofrimento e a decepção de nossas crianças neste período, pois sabemos que muito deles não terão o tão esperado e farto natal que andam anunciando por ai, e sabemos principalmente que, o tão cultuado Papai Noel não estará presenteando à todos no dia 25 de dezembro.
Pensem nisto...

Profª. Deyse Mara

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A FOTOGRAFIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO


Ao trabalhar os conteúdos de ciências naturais realizamos um passeio pela Vila Histórica de Mambucaba para fotografar os seres vivos. As fotos ficaram muito lindas e resolvemos então revelar todas elas para realizar uma exposição fotográfica para os demais alunos da escola. Daí, o conteúdo deixou de ser só de ciências e passou a ser também de língua portuguesa, pois confeccionamos convites através de texto coletivo para informar às demais turmas sobre o evento. A matemática também entrou quando decidimos realizar uma votação com todas as crianças para eleger a foto mais bonita. Logo, tivemos que contar os votos, somar, calcular para descobrir o resultado. Como vocês podem ver na imagem acima, a foto mais votada foi a da aluna Raíssa.
 Este trabalho proporcionou atividades interdisciplinares com as turmas de alfabetização, através da valorização da comunidade onde estudam, eles sentiram um enorme orgulho em produzir as fotografias. O resultado foi surpreendente, por isso, recomendo a fotografia como recurso pedagógico.

Professora Deyse

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

VOLTANDO A PUBLICAR


Amigos e amigas,

O blog alemdagradecurricular@bolgspot.com surgiu da ideia de expor e discutir propostas pedagógicas que ousam em ultrapassar as grades curriculares. Logo, venho por meio desta, justificar minha ausência de publicações por um longo período passado. Na verdade, algumas decepções com o sistema educacional brasileiro, me fez perder um pouco a motivação de estar aqui escrevendo. Além disso, nos últimos 4 meses uma notícia mudou totalmente o rumo da minha vida e dos meus pensamentos, pois descobri aos 25 anos de idade e 6 de carreira pedagógica,  que estou grávida.
Hoje, completando o 5º mês de gestão é com imensa satisfação, (e levando vários “chutes" do Fernando), que comunico o retorno das publicações aqui no blog.
Peço-lhes desculpas pelo afastamento e parabenizo a todos os professores pela força e determinação de insistir em fazer a transformação dia após dia, mesmo sendo desvalorizado, abandonado e massacrado por este sistema sujo que só tem como objetivo afastar as crianças brasileiras de uma educação de qualidade.
 Como estamos na semana dos professores procurei, encontrei e li muitas lindas mensagens para homenageá-los, mas decidi não usá-las, não que nossa classe não mereça, mas creio que este é um momento de usarmos mais palavras de  revolta e menos palavras doces.
Precisamos de valorização e não de romantismo.
Vamos fazer acontecer o nosso reconhecimento!

Um forte abraço professora Deyse.

sábado, 9 de junho de 2012

A volta do bate-bate

Professores e professoras, vocês já devem ter observado que ultimamente uma velha febre do mundo infantil voltou com tudo, o nome do brinquedo é bate-bate.
 Como podemos ver na imagem acima, trata-se de uma brinquedo que possui duas bolinhas suspensas por duas cordinhas, o objetivo é simples, fazer com as duas bolinhas se encontrem através do balanço das cordinhas reproduzindo um barulho divertido para as crianças e estressante para os adultos. E como todos sabemos, escola e barulho não combinam, certo? Errado! Uma escola sem  barulho só seria realizável, se houvesse uma escola sem crianças. Onde há crianças, há barulho, há choro, há correria, há briga, há brincadeiras e há brinquedos. No entanto, tenho observado que a cada dia as crianças tem  se afastado mais dos brinquedos que não são eletrônicos. Bola de gude, corda, bambolê, pião,elástico e ioiô estão sendo substituídos por mini-games, celulares, computadores, tablets e videogames, privando o desenvolvimento psicomotor da criança. Devido a tanto recurso digital é notável que, a criança do século XXI, corre menos, pula menos, dança menos, rola menos, não sabendo muita das vezes como é ralar os joelhos e se sujar de terra.
Enquanto professora de criança, confesso que o barulho do tão antigo bate-bate é realmente irritante, porém, refletindo sobre este mundo digital que tem deixado nossa crianças tão sedentárias conclui que, eu não tenho direito de proibir que as crianças aproveitem essa "febre" do bate-bate, aliás, em que outra fase da vida elas irão encontrar diversão em um objeto tão simples? Só mesmo na infância, não é verdade?
Com minhas turmas fiz um acordo, para que o brinquedo só fosse utilizado na hora do recreio, e por enquanto está dando certo.
Tenho percebido que as crianças estão deixando a infância mais rápido a cada dia que se passa, e isso deveria nos incomodar muito mais do que o barulho irritante do bate-bate.

domingo, 3 de junho de 2012

Alimentação e sustentabilidade - Um dia de degustação

Na semana da alimentação escolar, a Escola Municipal Inácio During resolveu unir ao tema a questão da sustentabilidade. Desta forma cada turma elaborou uma receita reutilizando talos, folhas, cascas, e sobras de alimentos que geralmente vão para o lixo, mas que na verdade podem ser usadas para a realização de receitas maravilhosas.
A foto acima mostra a turma de 1º ano, preparando uma pizza com talos de couve, reaproveitando, já que no dia anterior foi servido couve na hora da merenda, os talos foram guardados, lavados e transformados em uma receita muito saborosa e nutritiva.
A professora Soraya, do 5º ano também reaproveitou os a talos para fazer uma pasta para ser servido com torradinhas e um delicioso suco de maracujá, tudo preparado com os alunos.
A professora Rosane reaproveitou o pão francês "amanhecido", para realizar com a turma a tradicional e deliciosa receita de pudim de pão.
Tivemos ainda farofa de talos de verduras, refrigerante caseiro, suco verde, salada de frutas, bolo de bagaço de milho e bolo de maçã. Depois todas as turmas se reuniram para uma degustação coletiva realizada no refeitório da escola.
Esta foi mais uma etapa do projeto sobre alimentação que a escola está desenvolvendo.E mais uma vez foi um grande sucesso!
E o projeto ainda não chegou ao fim. Aguardem que em breve teremos mais novidades!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Semana da alimentação

Na semana da alimentação escolar, a educação infantil, com a professora Eliane, entra de no mundo doce e colorido das frutas.
Através de uma atividade muito rica e interessante, as crianças tem a oportunidade de tocar, sentir e cheirar as frutas com os olhos vendados para tentar descobrir qual é fruta que se encontra em suas mãos. Além de estar abordando sobre o tema alimentação com as crianças de uma forma bastante lúdica, a professora Eliane, está proporcionando à elas uma atividade capaz de desenvolver a percepção através dos diversos sentidos do seu corpo.
Sendo a educação infantil um lugar para a experimentação, ludicidade e descobertas, é possível afirmar que esta professora está indo muito além de uma simples brincadeira no pátio da escola, ela está contribuindo de maneira muito significativa para formação escolar dessas crianças, pois segundo Lev Vygotsky:

"O saber que não vem da experiência não é realmente saber."

E aguardem as novidade, pois amanhã tem salada de frutas... Hum... que delícia!